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10 Mar

Reabilitação precoce em UTIs covid diminui déficits físicos de pacientes na alta hospitalar


Publicado em: 10 MAR 2021 às 15:37:00

Por Ivanir Ferreira


A reabilitação precoce de pacientes com covid-19 ainda nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) minimizaria déficits físicos, depois da alta hospitalar. A reabilitação fisioterápica consiste em exercícios cardiorrespiratórios com bicicletas, treinos de sentar e levantar da cama e estabelecimento de uma rotina de exercícios com graduação de peso, andar, dentre outras.

Um estudo da USP realizado em quatros hospitais de São Paulo, dois públicos e dois particulares, mostrou que os doentes graves por covid-19 internados em UTIs apresentam déficits físicos no momento da alta hospitalar e que a reabilitação poderia ser uma estratégia para que eles pudessem voltar para casa com melhor forma física, com menos demanda de acompanhamento fisioterapêutico e em condições de realizar suas atividades funcionais e laborais, de forma independente.

A pesquisa, que ainda está em andamento, já acompanhou 250 pessoas em três momentos distintos: durante o período de internação, na UTI e na enfermaria, e três meses após terem recebido alta.

Em geral, pessoas acometidas por doenças graves que permaneceram por longo período em UTIs, depois de receberem alta, acabam se tornando incapazes de realizar algumas tarefas que antes eram comuns na sua rotina, podendo esses efeitos perdurar por muito tempo. Sentem dificuldades para andar e/ou realizar atividades corriqueiras do dia a dia como tomar banho ou ir sozinhos ao banheiro, explica ao Jornal da USP a fisioterapeuta Débora Schujmann, que faz parte do grupo de pesquisa do Departamento de Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional (Fofito) da Faculdade de Medicina da USP (FMUSP).

 

Pesquisadores envolvidos na pesquisa: Débora Schujmann, Carolina Fu e José Eduardo Pompeu - Foto: Arquivo Pessoal



Segunda a pesquisadora, a reabilitação precoce, o mais cedo possível, começando ainda na UTI, favorece um melhor retorno das funcionalidades, menos dias de ventilação mecânica, diminuição do delirium (distúrbios de consciência, atenção e cognição), da fraqueza muscular e dos dias de internação. Mesmo para os pacientes em estado grave, hipoxêmicos (baixo nível de oxigênio no sangue), com uso de ventilação mecânica, a reabilitação precoce deve ter início ainda na UTI, se os critérios de estabilidade e segurança forem observados e a prescrição dos exercícios for individualizada, diz.
Cuidados fisioterápicos iniciados de forma precoce, em torno de até dois dias após a estabilização do paciente poderiam ser uma estratégia para evitar ou minimizar os impactos individuais (atividades laborais), coletivos (custos com saúde) e econômicos (retorno ao trabalho). - Foto: Arquivo pessoal da pesquisadora

A pesquisa, que vai até o final da pandemia, pretende acompanhar ao todo 400 pacientes de quatro hospitais referenciados para SARS-CoV-2: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em São Paulo; Hospital das Clínicas de São Bernardo do Campo; Hospital do Coração (HCOR), em São Paulo; e o Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O objetivo é avaliar a função física de doentes graves por covid-19 no momento da alta da UTI e entender quais os principais déficits físicos que esses pacientes apresentavam quando tinham alta, e se um início precoce dos exercícios na UTI está relacionado a melhores resultados físicos.

Cuidados fisioterápicos iniciados de forma precoce, em torno de até dois dias após a estabilização do paciente poderiam ser uma estratégia para evitar ou minimizar os impactos individuais (atividades laborais), coletivos (custos com saúde) e econômicos (retorno ao trabalho). - Foto: Arquivo pessoal da pesquisadora

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