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30 Jun

Fisioterapia no pós-parto


Publicado em: 30 JUN 2021 às 14:46:00

O período puerperal é marcado por várias adaptações do organismo da mulher que o fazem retornar ao período pré-gestacionais. Durante a gestação o corpo da mulher sofre mudanças fisiológicas e morfológicas que persistem até 6 a 8 semanas no pós parto. Além disso, o trabalho de parto pode ter repercussões que exigirão os cuidados da fisioterapia para melhorar a qualidade de vida dessa puérpera com os cuidados do seu recém-nascido.

Quanto antes essa mulher retornar à atividade física menor pré-disposição ela terá no surgimento ou piora da dor lombar e da cintura pélvica, dor perineal, incontinência urinária e/ou fecal, disfunções dos músculos do assoalho pélvico ou abdominais.

Portanto a atuação precoce da fisioterapia nesse período torna-se essencial, pois possibilitará um retorno adequado das funções musculoesqueléticas mais rapidamente, ou seja, de suas novas AVD’s.

As modificações morfofisiológicas nessa puérpera ocorrem em diversas estruturas, como o útero, vagina e vulva, vias urinárias, sistemas cardiovasculares, digestório, endócrinos, tegumentares, estruturas mamárias e na parede abdominal.

Diante disso, as principais queixas no puerpério imediato baseadas em evidências são: dor perineal devido a pressão exercida pelo feto nas últimas semanas de gestação e o parto; constipação devido a fraqueza dos músculos do assoalho pélvico e o medo da dor; dor lombar e/ou da cintura pélvica devido ao parto ou a um quadro persistente durante a gestação; edema de membros inferiores em virtude da retenção de líquidos no período gestacional e sua redistribuição após o parto; problemas mamários decorrente com os erros acometidos na amamentação por ausência de conhecimento ou primiparidade; diátese do reto-abdominal devido ao crescimento do abdômen gravídico associado a uma flacidez e fraqueza muscular; fadiga decorrente do excesso de energia gasta no parto, dor, restrição do sono, stress afetando o humor e as relações interpessoais.

A primeira conduta do fisioterapeuta com essa mulher é o acolhimento com foco em resolver primeiramente sua queixa principal e suas necessidades para que ela possa melhor cuidar de seu recém-nascido. Para isso realiza-se uma avaliação cinético funcional buscando saber não somente sobre a situação atual como também como foi o período gestacional e o parto. Em seguida, realiza a aferição dos sinais vitais e uma minuciosa inspeção com intuito de reconhecer primeiramente as prováveis contraindicações de seu atendimento como infecções, hemorragias ou Trombose Venosa Profunda (TVP).

Ainda com informações baseadas na inspeção, avalia a ativação dos Músculos do Assoalho Pélvico (MAP), averiguando a movimentação do centro Tendíneo (períneo) e a dor. Sendo orientada a avaliação intravaginal para avaliar a força do MAP após oito a 10 dias de pós parto.

E, após a avaliação, traça-se um tratamento fisioterapêutico no puerpério imediato buscando alcançar os seguintes objetivos: reeducar a mulher quanto o período puerperal; diminuir a dor na região puerperal, prevenir ou reduzir o edema de membros inferiores, prevenir ou tratar possíveis disfunções do assoalho pélvico, como dispareunia e incontinências; minimizar os efeitos da distensão da musculatura abdominal; facilitar as disfunções intestinais; integrar a funcionalidade dos músculos estabilizadores das regiões lombar e pélvica; promover o aleitamento materno.

Em geral a intervenção fisioterapêutica no puerpério imediato pode ocorrer de oito a 10 horas após o parto normal e 10 a 12 horas após o parto cesáreo.

Entender o contexto fisiológico e emocional que essa mulher e mãe experimenta no   puerpério, principalmente nos primeiros dias, é essencial para que o fisioterapeuta especialista em saúde da mulher possa atuar de forma pontual e eficaz nas escolhas de suas condutas para a intervenção e prevenção, respaldando-se sempre nas evidências disponíveis.

Dra. Marile Camargo de Andrade Belmonte, Fisioterapeuta, com formação em Pilates e Pilates na Gestação, Pós-graduada em Fisioterapia Pélvica e Uroginecologia Funcional, atua na Saúde da Mulher desde 2018.


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