O documento representa uma conquista inédita para a Fisioterapia Brasileira que poderá descrever e codificar os termos dos Diagnósticos Fisioterapêuticos baseados nos modelos biopsicossocial e funcional da saúde
Assessoria de imprensa Crefito-9 – Larissa KleinO Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (Coffito) em parceria com o Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 9ª Região (Crefito-9) e os Conselhos Regionais lançaram nos dias 31 de março e 01 de abril, a Classificação Brasileira de Diagnósticos Fisioterapêuticos (CBDF). A finalidade é reforçar a valorização da profissão.
O documento representa uma conquista inédita para a Fisioterapia Brasileira que poderá descrever e codificar os termos dos Diagnósticos Fisioterapêuticos baseados nos modelos biopsicossocial e funcional da saúde.
Há 50 anos, desde a criação da profissão de Fisioterapia, os diagnósticos eram dados pelos profissionais sem qualquer codificação ou terminologia padrão, cada um atribuía uma nomenclatura de acordo com a análise do paciente. Com a CBDF isso não acontecerá mais, pois o profissional poderá ser mais preciso na indicação e no tratamento do distúrbio funcional, otimizando o seu registro.
O Crefito-9 colaborou ativamente para a criação da CBDF, com a participação do fisioterapeuta de Rondonópolis, Luciano Machagata, membro da Comissão Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos e do Grupo de Trabalho sobre Estruturação do Termo Diagnóstico Fisioterapêutico do COFFITO.
“Esse foi um trabalho iniciado em 2019, que tinha o intuito de atualizar o Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos, e a gente propôs uma mudança de termos do material existente para uma classificação mais elaborada. Naquele momento começou a se trabalhar na Classificação Brasileira de Procedimentos Fisioterapêuticos, que deve sair essa semana. Porém percebemos a necessidade de uma classificação mais apurada dos diagnósticos realizado pelos fisioterapeutas, de uma forma mais padronizada. Para dar identidade paro diagnóstico do profissional, nascia assim a Classificação Brasileira de Diagnósticos Fisioterapêuticos (CBDF)”, conta.
O profissional relembra que no final de 2020 e inicio de 2021 um documento de quase 2000 páginas estava pronto, porém por ser muito extenso seria de difícil aplicação. “Então começamos o desenvolvimento junto com o T.I. do Coffito para criar uma plataforma digital, um aplicativo de fácil uso pelos profissionais. Um ano depois essa plataforma está pronta e foi apresentada no evento. Ela está na fase final de teste e esperamos nos próximos dias ser disponibilizada aos profissionais. O que será um avanço imenso para profissão e um marco na nossa história, porque realmente vai dar uma identidade profissional na hora de fazer o documento, de diagnosticar pacientes e transcrever esse diagnóstico em uma linguagem própria do profissional”, pontua.

Luciano destaca que atualmente o fisioterapeuta acaba se apropriando de vários termos de outras profissões para poder criar uma linguagem. “Com o CBDF desenvolvemos uma nomenclatura própria para o profissional fisioterapeuta. A classificação vai gerar um código e esse código vai servir para vários propósitos como: discutir novos procedimentos terapêuticos, inclusão na base de dados da ANS ou do Ministério da Saúde. Hoje acaba que a gente usa códigos de outras profissões para poder justificar um atendimento profissional. Destaco que a plataforma não veio para ensinar o profissional, ela não faz diagnóstico do paciente, o atendimento é normal, ele apenas vai ter acesso a uma classificação que padroniza a forma de expor esse diagnóstico fisioterapêutico”, ressalta.
Para o fisioterapeuta poder participar desse momento histórico é uma grande realização profissional. “Fico feliz em poder contribuir com minha profissão, ajudar de uma maneira positiva, para que haja um crescimento e desenvolvimento da fisioterapia. Claro que é um trabalho inicial, acabamos de lançar, esperamos críticas, esperamos ter que atualizar esse material periodicamente, pelo menos uma vez por ano, principalmente no mundo de hoje em que tudo é muito rápido. Mas já preparamos a plataforma para que isso possa acontecer. A intenção é evoluir sempre”, finaliza Luciano.